sábado, 30 de julho de 2016

Última conversa

Eu não apaguei nossa última conversa, não que tenha sido algo muito especial, afinal escrever grandes textos e te mandar para receber um "hmm" como resposta não é lá grande coisa. Eu só guardei para olhá-la de vez em quando, saber que aquela foi a última vez que eu puxei assunto, a última vez que eu fui idiota e a última vez que eu nos dei mais uma chance. Queria mesmo que eu e você virasse nós e que durasse para sempre. Que "esses nós" que eu desejava fossem tão apertados quando a minha garganta escrevendo esse post.
Eu podia te excluir e bloquear de todas as redes sociais e da minha vida, porém eu sei que é melhor não fazer, é melhor te manter por perto. Deixa eu ver o quanto você é feliz sem mim, deixa eu perceber que não sou eu o motivo do seu riso, deixa eu lembrar que não é para mim que você manda aquele 'bom dia' seguido de um emoji qualquer que tenta demonstrar sua felicidade em estar falando com essa outra pessoa.
Sabe, dói, dói muito, demais mesmo, entretanto, a ferida está fechando e uma hora ela vai virar apenas uma cicatriz, se tudo der certo será pequena, quase imperceptível. E nesse dia você vai passar por mim na rua e vai lembrar que me conheceu, só que eu vou estar diferente, talvez eu nem te reconheça, talvez seus olhos ainda me chamem a atenção, contudo, é mais provável que você passe desapercebida, mais uma na imensa multidão. Ai vai ser você que sentirá dor, pois já foi única, já foi amada e por conta de suas escolhas, por conta de sua frieza, foi esquecida, deixada de lado, feito o brinquedo da criança que cresce, porquê é assim que me sinto, a criança que cresceu, o cara que superou, se desapegou e finalmente aprendeu, sou também aquele que tenta ser feliz, do jeito de dá, levando a vida numa boa, indo e rindo de piadas velhas e bobas.


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Sorte minha

Sabe, foi uma sorte te perder. Você me fez bem enquanto esteve aqui e me fez chorar quando partiu. Mas partindo levou com você tudo de ruim que eu sentia por não poder ser quem você queria que eu fosse. Sério, o que eu estava fazendo comigo? Eu não era eu quando estava com você, contigo me tornava um espelho do que 'você achava' bom, eu sorria para os teus amigos e nem gostava deles, me sufocava dentro de mim para dar meu melhor perante pessoas que só você gostava, eu aplaudia as tuas burradas e passava a mão em sua cabeça dizendo que "tá tudo bem", até que fui eu o machucado. É, não estava tudo bem.
Você tinha certa habilidade em errar, só reparei isso depois que me deu as costas e fiquei sabendo que não mudou em nada, que pena. Pois é, o Facebook mascara um pouco nosso fracasso com fotos de sorrisos largos, porém sei dos copos que você abandona meio vazios por ai, acompanhei suas decepções, não por prazer, eu achava que cuidava de ti, era doentio, mas era o meu jeito de ter você por perto, o meu jeito de te abandonar aos poucos, como um viciado saindo das drogas, diminuindo o uso. Vendo você errando tomei consciência de uma coisa, você ter me deixado foi um grande presente, por quê se não tivesse terminado comigo, eu estaria com você e você estava no fundo do poço. Eu ouvi um amém? Amém.
Então acho que Deus gosta de mim, acho que toda vez que disse "livrai-nos do mal" enquanto éramos nós, foi de você que ele me livrou, era você indo embora, era a sua frieza me atingindo, era eu crescendo, era eu desapegando, era eu, sendo eu, eu um pouco menos você, eu um pouco mais eu. Obrigado por tudo que me ensinou, acho que no fim aquele desastre que era nosso relacionamento serviu para alguma coisa.