sábado, 18 de fevereiro de 2012

Tão tão distante

Hoje revisitei minha infância, aquele lugar cercado de magia que guardou tantos segredos, as mesmas portas, as mesmas janelas, o mesmo azulejo com desenho florido no banheiro, o velho assoalho de madeira e aquele cheiro de saudade impregnado em cada parede.
Ainda me lembro de correr por aquele pátio, pular nas camas, olhar a chuva pela janela da sala, me esconder em meio as cortinas, brigar muito com meus primos e minutos depois estar a abraça-los loucamente. Lembro quando me oferecia café e bolacha na mesa de centro, que ficava entre a sala e a velha cozinha, com suas xícaras desenhadas, todas muito coloridas que ficavam guardadas no pequeno armarinho perto da pia.. E a pia, me lembro de ficar na ponta dos pés para ver a louça suja ou as panelas brilhando no escorredor de louças.
É estranho ver aquele mundo ocupado por outras pessoas, é estranho não te ter mais por perto e continuar vivendo para contar a história, é triste relembrar tudo aquilo e não poder correr aos seus braços. Fico pensando o que aconteceria agora se ainda estivesse entre nós, por certo mais sorrisos existiriam, mais saídas de casa, mais bons conselhos, mais razões para estar perto e não abandonar nunca. Pena que nem tudo é como esperamos, que o tempo tira de nós tudo de mais precioso e só nos resta saudade sobre saudade, tanta coisa para te contar, quero ver seu sorriso uma vez mais e corresponde-lo enfim, tornar o passado presente e fazer o presente virar o futuro que mais desejo, um sonho, uma realidade, uma história sem fim, em minha imaginação tão tão distante.